
A Vida Religiosa Consagrada é dom e graça que alcança a humanidade por meio de homens e mulheres que, sentindo-se chamados, consagram a própria existência à Deus. Os religiosos consagrados são chamados a ser no mundo sinal visível dos valores eternos, transmitindo com o próprio estilo de vida aquele “já e não ainda” do Reino que permite caminhar como cidadãos do céu, peregrinos na terra.
Diferentes são as formas de consagração, no entanto, todas são em vista de uma missão específica no mundo, na Igreja, tendo como centro o próprio Cristo e o seu Reino. Enquanto consagrados, somos chamados a viver a vida fraterna em comunidade, onde a fraternidade está a serviço da comunidade para testemunhar ao mundo que a comunhão é possível porque Cristo é o centro, é Aquele que cria e mantém a unidade na comunhão, dom já recebido no Batismo.
Da acolhida, do dom da comunidade e da fraternidade, brota a disponibilidade para a missão, que tem como fundamento a experiência Pascal. Nesse sentido, podemos dizer que a Vida Religiosa Consagrada, pelo dom da comunidade fraterna, é espaço e lugar de comunhão, de testemunho do primado de Deus, onde se cresce nas relações e no cuidado de um estilo simples, humilde e alegre enquanto exercício da diaconia nos vários serviços que a Vida Religiosa Consagrada é chamada a desenvolver, segundo um carisma específico, como resposta a um grito que brota de cada tempo da história.
Nós, religiosos e religiosas consagrados, somos sempre mais interpelados a crescer na espiritualidade da comunhão, antes de tudo no seio das nossas comunidades e depois na comunidade eclesial. O Papa Francisco tem insistentemente lembrado a Vida Consagrada que o mundo espera que sejamos “peritos em comunhão”, que sejamos os primeiros a viver e promover no mundo a “espiritualidade da comunhão”.
A Regra de Vida das Irmãs Ursulinas, lembra que é Cristo que cria a unidade da nossa Família Religiosa, que a lei da caridade é a sua força e que a exemplo das primeiras comunidades cristãs, crescemos na fraternidade e, da caridade mútua que nos une, brota o zelo pelo próximo, num serviço simples, humilde e alegre.
No desejo de sermos testemunhas do Reino e dos valores eternos, de crescermos na espiritualidade da comunhão, celebramos esse terceiro domingo do mês de agosto dedicado à vocação religiosa consagrada, agradecendo a Deus pelo Sim de todos os consagrados e consagradas e renovamos nossa comunhão com Maria, neste dia solenemente celebrada como Assunta ao céu, o nosso “Eis-me Aqui! ”.
Ir. Silvania Fátima Golfetto
Superiora Regional IUFMI
19 de agosto de 2018